quinta-feira, 1 de julho de 2010

Chácara Primavera rejeita plano da Macrozona 4

Para moradores do bairro, plano da Macrozona 4 ignora problemas urgentes; é a segunda região a protestar

01/07/2010 - 18h34 . Atualizada em 01/07/2010 - 18h51

Lilian de Souza
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Depois de parte dos moradores de Barão Geraldo se posicionar contrária às alterações do zoneamento urbano da região, agora, o projeto das macrozonas enfrenta reações também no bairro Chácara Primavera. A população local considera que falhas estruturais na região inviabilizariam qualquer nova implementação imobiliária que venha a ocorrer com o novo zoneamento em elaboração pela Prefeitura de Campinas.

A comunidade do Primavera afirma que as propostas do plano de gestão da Macrozona 4, que inclui o bairro, são apresentadas aos moradores sem discussão. “Não podemos afirmar, mas a sensação que tivemos na reunião é de que a Prefeitura já tem planos bem definidos para o bairro”, diz Luiz Barreto Neto, que mora há 26 anos na Chácara Primavera.

Maior macrozona da cidade, com uma área de 157 quilômetros quadrados, a região concentra 61% da população de Campinas, o que corresponde a aproximadamente 600 mil habitantes. O bairro vizinho, Mansões Santo Atonio, registra uma das maiores expansões imobiliárias dos últimos anos na cidade. Além disso, suporta todo reflexo populacional e de trânsito de faculdades, além do movimento trazido por empresas.

“As ruas são verdadeiros estacionamentos. E isso, além de atrapalhar o trânsito, torna o bairro muito visado por ladrões”, afirma a presidente da associação de moradores do bairro, Mary Queirós.

Além dessas questões, os moradores da região da Macrozona 4 apontam problemas como tratamento de esgoto (há um córrego no bairro no qual afirmam haver despejo direto), ruas com muros ilegais que interrompem o trafego, além de comércios, que, em teoria, não são permitidos pela lei de zoneamento, e mesmo assim, segundo eles, obtiveram alvará.

“Agora, eles pretendem transformar uma parte do bairro em área de médio adensamento. Como vamos suportar mais gente morando aqui se ainda temos problemas como esgoto em algumas ruas?”, questiona Mary. A dentista Tatiana Ramos, que mora ao lado do córrego, diz que o cheiro no local é insuportável.

Outro lado

A discussão da Macrozona 4 ainda passará por audiência pública. A Secretaria de Planejamento informou que a Secretaria de Meio Ambiente foi informada sobre as questões relativas ao esgoto e checará se há irregularidades. A Coordenadoria de Fiscalização de Terrenos deverá tomar providências caso se comprove que o muro entre as ruas Egle Moretti e Santa Maria Rosselo, que formam uma espécie de bolsão, são ilegais.

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